quinta-feira, 23 de abril de 2015

Ser ou não, TUDO OU NADA, eis a questão

Imagem daqui
Estamos quase no fim de Abril e para mim é sinónimo de fazer fretes: o frete de pagar o IMI; o frete de mandar os papéis do IRS para o contabilista; o frete de ser obrigada a perceber que vou ter de passar recibos de renda eletrónicos; etc. ODEIO! Houve anos que entreguei o IRS fora do prazo apenas porque sim, porque a simples ideia de organizar os papéis me dava náuseas. Este ano tenho tudo orientado, só falta mesmo, mesmo juntar uma ou outra coisa. Enfim, FRETES!

Em relação a algumas coisas sou mesmo telhuda, basicamente sou o tudo ou nada! Sou o tudo quando me dá a ‘louca’ e levo tudo à frente; sou o nada quando estou numa fase do ‘não quero saber’.

Há uns anos atrás, entre 2007 e 2008, passei por uma crise financeira (ainda estava casada com o pai da minha filha, a caminho do divórcio que aconteceu em 2008). Crise é sinónimo de cartas; intimações; bolas de neve que viram autênticas avalanches, e eu só queria ignorar. Passava dias, semanas sem ir ao correio com medo que lá estivesse mais uma carta para pagar uma multa qualquer, pelo atraso do pagamento de alguma coisa. Foi uma altura muito difícil e quando ignoramos os problemas eles crescem à velocidade da luz. Sofri e durante muito tempo sofria quase sozinha porque nem me atrevia a pensar no assunto.

E este exemplo da crise serve para muitas outras coisas. Quando me sentia/estava gorda uma parte de mim queria ignorar o problema, fazer de conta que estava tudo bem, mas por outro lado sofria em silêncio porque até percebermos que não tem mal partilhar e pedir ajuda, é um processo doloroso que só quem por lá passou sabe reconhecer.

Hoje sou uma pessoa diferente mas reconheço que também o sou porque não tenho problemas, pelo menos não tenho problemas graves que me tirem o sono. Todos os dias quando entro no prédio vejo a caixa do correio (progresso); todos os dias ou quase todos os dias passo pela balança (progresso em relação ao tempo que fugia dela como o Diabo da cruz) e isto torna-me mais relaxada. Claro que depois há sempre outras coisas em que nos revemos e acabamos por agira da mesma forma. Dou-vos um exemplo:

- Quando a minha princesa entrou para a escola primária, eu e mais uns pais criamos uma associação de pais porque simplesmente não havia! Fizemos coisas fantásticas e eramos um grupo muito unido. Depois a princesa cresceu e mudou de escola, pelo que transitei para outra associação, ainda que no mesmo agrupamento. Já lá vão quase 4 anos mas todos os anos o grupo esmorece. Desde que entrei fiquei com o cargo de Presidente mas às vezes sinto-me mesmo a remar sozinha e isso faz com que eu esmoreça. No Natal fazemos sempre pedidos a empresas para comprarmos os alimentos para os cabazes de natal que oferecemos às famílias mais carenciadas mas este ano lectivo decidi que me ia portar de forma diferente. Fiz uma carta tipo que enviei para todos os órgãos da associação e esperei, sentada. Estávamos já no mês de Dezembro a menos de 2 semanas de acabarem as aulas e não tínhamos patrocínio nenhum! A SÉRIO… Protelei até à última e mesmo no fim decidi avançar, porque as crianças não têm culpa. Conseguimos mas foi tudo no limite. Por norma partilho tudo com todos os elementos e por escrito, há sempre ½ dúzia que se manifesta mas no que toca à distribuição de tarefas, posso esperar SENTADA! Não há quem peça uma reunião ou dê uma ideia; não há ninguém que se lembre que a associação existe e que podíamos fazer algo mais... Isso chateia-me e por essa razão no final do ano passado, disse que não ficava para este ano lectivo mas basicamente fiquei à força (por respeito apenas a duas pessoas que mereciam que eu lá estivesse).

Ontem disse-vos que todos os meus esforços estavam concentrados em ajudar a concretizar um sonho para a Ala do Ensino Especial e até podem não concordar, mas decidi avançar sozinha e quando conseguir o que quero, comunico. Ponto. Nestas coisas aplica-se a minha teoria de que sou efectivamente, o tudo ou nada, mas já que sou o TUDO, faço as coisas à minha maneira.

Lá em casa o que eu ouço é ‘quando as coisas não são como tu queres…’ ups… perhaps! Mas e quem disse que eu não tenho razão? Ahahahahahahahaha

Desabafos de uma Teresa 'Roquette'

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